Fátima

A vida como ela é!

domingo, agosto 26, 2007

Quando Eu Sonhava


Quando eu sonhava, era assim
Que nos meus sonhos a via;
E era assim que me fugia,
Apenas eu despertava,
Essa imagem fugidia
Que nunca pude alcançar.
Agora que estou desperto,
Agora a vejo fixar...
Para quê? - Quando era vaga,
Uma ideia, um pensamento,
Um raio de estrela incerto
No imenso firmamento,
Uma quimera, um vão sonho,
Eu sonhava - mas vivia:
Prazer não sabia o que era,
Mas dor, não na conhecia...
..........................................



Almeida Garrett
Folhas Caídas

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sábado, agosto 25, 2007

VAIDADE

Sonho que sou a Poetisa eleita,
Aquela que diz tudo e tudo sabe,
Que tem a inspiração pura e perfeita,
Que reúne num verso a imensidade!

Sonho que um verso meu tem claridade
Para encher todo o mundo! E que deleita
Mesmo aqueles que morrem de saudade!
Mesmo os de alma profunda e insatisfeita!

Sonho que sou Alguém cá neste mundo...
Aquela de saber vasto e profundo,
Aos pés de quem a terra anda curvada!

E quando mais no céu eu vou sonhando,
E quanto mais no alto ando voando,
Acordo do meu sonho... E não sou nada!...


Florbela Espanca
Sonetos

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AQUI ONDE RESPIRO



Aqui onde respiro
o poema não pode ser rouxinol
quando as sílabas são sitiadas
e as almas são cercadas

o poema não pode ser rouxinol
se nos roubam o pão e o sol

Entre homens verticais
o poema é coragem é viagem
aventura repartida

entre déspotas e traidores
poema não cheira a flores
mas a vida

Queiram-no de cócoras ou abstracto
de verso neo-submisso
queriam-no torpe e chato
para crítico literato
ou polícia de serviço

Mas o poema não fica
amordaçado e quieto

é ritmo do tempo
voz no vento
coração secreto

Aqui onde respiro
um poema bem comportado
de casaco e colarinho
era uma negação

o poema está ao nosso lado
é um companheiro que varre o caminho
do pó da solidão



José Carlos de Vasconcelos
De Poema em Riste

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sábado, agosto 18, 2007

CONSELHO


Cerca de grandes muros quem te sonhas.
Depois, onde é visível o jardim
Através do portão de grade dada,
Põe quantas flores são as mais risonhas,
Para que te conheçam só assim.
Onde ninguém o vir não ponhas nada.

Faze canteiros como os que outros têm,
Onde os olhares possam entrever
O teu jardim como lho vais mostrar.
Mas onde és teu, e nunca o vê ninguém,
Deixa as flores que vêm do chão crescer
E deixa as ervas naturais medrar.

Faze de ti um duplo ser guardado;
E que ninguém, que veja e fite, possa
Saber mais que um jardim de quem tu és
Um jardim ostensivo e reservado,
Por trás do qual a flor nativa roça
A erva tão pobre que nem tu a vês.



Fernando Pessoa
Poemas Escolhidos
Selecção e Apresentação
Jorge Fazenda Lourenço
Publicação: Biblioteca Ulisseia de Autores Portugueses

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sexta-feira, agosto 17, 2007

Elvis Presley ( its now or never )

Fantástico REI DO ROCK!
Saudades para sempre.

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sábado, agosto 11, 2007

Natureza


Como me sinto tão pequenina, olhando tamanha beleza...
aqui em cima olho a magia que cresce lá em baixo...
que paz me corre nas veias,
que brisa suave toca minha face.

FANTÁSTICO ESTAR AQUI!


Miradouro Penedo Durão pertinho de Freixo de Espada à Cinta